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PALAVRA DE REVELAÇÃO - 13-05-2011


NÃO PERDENDO AS ORIGENS E A IDENTIDADE


Romanos 2:17-29

17 - Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
18 - E sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei;
19 - E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
20 - Instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
21 - Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
22 - Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio?
23 - Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
24 - Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós.
25 - Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão.
26 - Se, pois, a incircuncisão guardar os preceitos da lei, porventura a incircuncisão não será reputada como circuncisão?
27 - E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?
28 - Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
29 - Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.

1 – Os verdadeiros judeus
O povo de Israel fora escolhido para ser um reino de sacerdotes na presença de Deus, que aprendessem a estar na sua presença, que aprendessem o culto a Deus, que conhecessem a sua lei, para que soubessem viver como povo de Deus na Terra. Este povo acabou por conhecer as suas origens, por  descobrir a sua identidade, e deste modo seriam felizes e agradariam a Deus.
Ser judeu tinha um significado muito grande. Era conhecido como alguém que tinha cidade, que tinha promessas, com história, que tinha uma lei, um governo e um grande Deus.
Descender da linhagem de judeu ou entrar na linhagem de Abraão era considerado bênção, era fazer parte de tanta história, de uma identidade bem conhecida.
Jerusalém tornou-se um lugar famoso, com história, com bandeira, com identidade, os judeus sentiram isso quando estavam no cativeiro.
Ao lermos esta escritura de Paulo aos romanos ele desfaz toda a vanglória humana, todo o conceito errado que se formou na mente daquele que era judeu de sangue. Porque Paulo faz isso? Porque a quem muito se deu e de quem se esperava mais acabou por trazer escândalos ao reino de Deus, não souberam usar aquilo que era justo, bom e eterno. O conhecimento que o judeu tinha da Torá, a lei de Deus, deveria deixá-lo mais ciente de como Deus age. Uma vez que Deus é imparcial, o critério que usa em seu julgamento não diz respeito a se a situação de vida dos indivíduos os coloca sob a estrutura da Torá como judeus, mas se eles pecaram ou não.
Os judeus eram mais ouvintes do que leitores da Torá, porque os rolos eram raros e o conhecimento da Torá vinha quando eles ouviam a leitura dos rolos em voz alta e os memorizavam, mas se não fizessem o que os rolos diziam, eles eram pecadores e morriam espiritualmente, nada valia o conhecimento intelectual da Torá ou status como judeus.
Os judeus estavam longe de ser a luz para os gentios, de serem as testemunhas fieis para as nações como se esperava  que fossem (Isaías 42:6)Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.”, (49:6) “Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra.”), afastar-se desta realidade e viver nesta aparência faz com que tais judeus sejam lançados cada vez mais na escuridão, levando-os a endurecer o coração.
Por causa deles o nome de Deus era blasfemado entre os gentios.
A mesma acusação pode ser feita em relação a alguns que se dizem “cristãos” e levam uma vida que desonra Deus, e mais, eles até levam o povo judeu a desprezar o Messias e a se distanciar ainda mais por causa dos escândalos, dos roubos, da mentira, dos subornos, dos adultérios, da avareza que praticam como se a verdade dependesse deles, o que leva a que alguns pensassem que os judeus não tinham padrões morais. Por outro lado, ser judeu era ser circuncidado, era ter uma marca física cujo significado era alguém que fora consagrado a Deus, que estava debaixo da cobertura espiritual da aliança Divina, e lembrava-lhes as promessas e as obrigações do concerto, tinha um grande valor.
O apóstolo Paulo ao confrontar a prática da lei de Deus com aqueles que se diziam judeus, trouxe um efeito de mau estar sobre estes, diziam-se senhores e donos da lei mas não agiam em conformidade. Sua estrutura começou a desmoronar-se, de nada valiam os seus valores, as suas origens, o seu status ou até pensarem que a bênção material estava sobre eles por pertencerem a um lugar abençoado como Jerusalém.
Consideravam-se mestres, ensinadores, instrutores de muita gente. Como é que poderiam ter autoridade divina e apoio celestial se praticavam a mentira, o adultério, a avareza e outras coisas. O orgulho tomou conta destas mentes endurecidas e cauterizadas, de nada valiam os seus disfarces, a sua circuncisão, o nacionalismo, a Cidade Santa, não tinham qualquer valor para Deus, para os defender como suas verdadeiras testemunhas.
As nações, as etnias que eram os gentios, desconheciam estas alianças, estas promessas, estes cultos, eram considerados os incircuncisos. Um incircunciso era aquele que não fazia parte da fé dos judeus.
Agora as coisas mudaram, Paulo fala  da justiça de Deus e traz-nos uma verdadeira compreensão do que é ser verdadeiro judeu para Deus: “não é um judeu quem o é do exterior, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne, pelo contrário, um judeu é quem o é no interior; e circuncisão é a do coração, operada pelo Espírito, não pela letra, de quem o louvor não procede de pessoas, mas de Deus”.
Quem é o judeu? O termo “judeu” em português e o termo grego “Ioudaios” transliteram o termo hebraico “yhudi”, que está relacionado ao termo “hodayah” (louvor). Portanto, por etimologia, o judeu é alguém que louva a Deus e, por outro lado, o louvor que ele deveria buscar e valorizar não procede de homens, mas de Deus.
O judeu de verdade não é apenas o que é exteriormente judeu. Porque digo  isto? Porque a pessoa pode ser judeu biologicamente e ainda ser um genuíno crente no Messias, o ungido de Deus. Agora de forma global digo o que Paulo disse: (Gálatas 5:6) “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.”

Vamos perceber  4 grandes interpretações sobre este assunto de ser judeu:

1)    “Nascer em uma família judaica não faz da pessoa um judeu”. Ser filho de uma família judaica não faz de você um judeu de coração. Ser filho de pais cristãos, não faz de você um genuíno cristão, ser filho de pais católicos não faz de você um herdeiro do céu nem um crente de coração. É preciso fé, a qual não é transmitida biologicamente. Se entregarmos nossa vida a Cristo sem reservas, seremos filhos de Deus (Romanos 8:14-15).
2)    “Nascer em uma família judaica não garante que a pessoa seja um bom judeu, um judeu de verdade, alguém que louve a Deus”. Ser judeu exteriormente pode significar “nascer em uma família judia” ou também “fazer uma exibição pública”. Não estamos a condenar alguém que nasça numa família judaica, mas o que Deus procura é o testemunho de vida interior, a fé, o amor de Cristo, a verdade.
3)    O judeu de nascença que faz de sua judeidade um espetáculo, não está se portando do modo como um judeu deveria. Ele não é um bom judeu, um judeu de verdade, alguém que louve a Deus.
4)    “O judeu de nascença que faz da sua judeidade um espetáculo, não é um judeu em absoluto”. Ele não louva a Deus em sentido algum e, portanto, perde seu direito de ser considerado um judeu aos olhos de Deus. Em vez disso, ele se vangloria das dádivas de Deus como se fossem suas próprias realizações e, de forma hipócrita, ensina a Torá (a lei) de Deus aos outros enquanto ele mesmo a transgride. Deus excluirá o que assim procede das promessas que fez ao seu povo judeu. Se ele se arrepender, renunciar ao seu orgulho e hipocrisia, e reconhecer a Jesus como seu salvador, seus ramos naturais serão enxertados na “própria Oliveira”. Se não louvar a Deus com sua vida, será um ramo cortado da árvore, não sendo, assim, um judeu de coração.

A verdadeira circuncisão é a de coração, espiritual e não literal.  Todo aquele (que seja judeu ou não judeu) que se converter a Cristo, que renunciar ao pecado e ao mundo corrupto e viver para Cristo e com Cristo pela fé em seu espírito, esse será o verdadeiro judeu. Um coração circuncidado é alguém que morreu para o seu egoísmo e para a sua vida aparente, deixou a hipocrisia e passou a viver para a nova vida ressurrecta em Cristo. Se era chamado de incircunciso, agora é um circunciso de coração, foi marcado por Deus em seu interior, e sofreu uma mudança interior. Sua origem, sua identidade é conhecida e não perdida, seu valor é conhecido e não rejeitado.
Fé em Cristo faz toda a diferença. Fé em Cristo acompanhada com boas obras traz a verdadeira identidade de um cidadão do céu que nunca será abalado.




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