IDENTIDADE
Gálatas
21 Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei?
22 Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre.
23 Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a carne, mas, o que era da livre, por promessa.
24 O que se entende por alegoria; porque estas são as duas alianças; uma, do monte Sinai, gerando filhos para a servidão, que é Agar.
25 Ora, esta Agar é Sinai, um monte da Arábia, que corresponde à Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos.
26 Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós.
27 Porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; Esforça-te e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido.
28 Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque.
29 Mas, como então aquele que era gerado segundo a carne perseguia o que o era segundo o Espírito, assim é também agora.
30 Mas que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava herdará com o filho da livre.
31 De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre.
Quando se fala de Identidade refere-se ao modo de como vivemos, o que refletimos, qual o nosso destino e nossa origem.
A nossa identidade tem muito a haver com as nossas origens. Na vida é fundamental termos Identidade, é necessário mantermos essa Identidade. É preciso refleti-la. Há algo que nos faz sermos como somos, as nossas origens.
Existe um conjunto de factores externos e internos na cultura dum povo que poderá manchar a sua Identidade, por isso temos a história dos povos que nos relatam as vergonhas, a corrupção, as conspirações que houve entre pequenos e grandes reinos e que levaram à degradação dos mesmos.
Como cristãos devemos nos comportar de acordo com o conhecimento revelado que recebemos.
Nosso conhecimento tem por base as nossas origens, que por sua vez nos dá Identidade.
É sobre as nossas origens que devemos andar. Por elas compreendemos a nossa vocação e o nosso destino. Nada mais válido do que entender a respeito da nossa Identidade Celestial,
é entendermos a linguagem de Jesus sobre este legado da Identidade Cristã.
Uma coisa é certa e não há qualquer dúvida: Nenhum homem ou mulher à face da Terra descobrirá a sua verdadeira e completa Identidade se não estiver totalmente envolvido com a presença de Jesus Cristo. Todo aquele que desprender a sua própria vida para entregá-la a Cristo, vai achar a sua própria alegria de ser, a sua Identidade. Voltarmo-nos para Cristo é voltarmos às origens, virar as costas a Ele é a perda de toda a nossa Identidade e propósito de vida.
O que Jesus disse a Nicodemus, um doutor da lei em Israel: João 3:5-13
O assunto principal que Jesus tratava com Nicodemus era o novo nascimento. A certa altura da conversa Jesus disse a este mestre de Israel: (v.12) “Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?”
Jesus empregou uma linguagem simples do que é costume entender-se a nível terreno, para levá-lo a entender as coisas do reino de Deus. Sem o novo nascimento não se pode ver o Reino de Deus, se houver um nascimento espiritual em Cristo, então podemos ver o Reino. Jesus falava de entrar e ver o Reino de Deus, falava duma experiência interior e espiritual, de uma nova realidade em conhecermos as coisas que são do céu de onde Ele mesmo fora enviado.
Jesus sempre testificou publicamente as suas origens, sua Identidade. Muitas vezes Ele empregou frases como: “Eu sou de cima”, “Eu faço as obras do Meu Pai”, “Eu falo como o Pai Celestial me ensinou”, “O meu Reino não é deste mundo”, vivendo exclusivamente em função do Reino que representava, passando sempre a mensagem com sentido das suas origens. Ele veio para dar-nos um legado, veio para fazer-nos viver a sua realidade Celestial.
Ainda disse a Nicodemus: (v.13) “Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu.”
Esta linguagem prova exatamente aquilo que falamos, e mais, sua linguagem antecipa a tudo o que estava para acontecer.
Ele vinha do céu à Terra para realizar a sua obra de resgate, como filho do homem, para depois voltar ao seu lugar de origem. Com isto não estamos a dizer que a Terra, e os que nela habitam são tão estranhos, tão à parte de Deus, que Ele não tem nada a ver connosco. Não! Não é isso. É pelo governo de cima que as coisas aqui em baixo mudam. Cristo é a mudança, a única resposta para o homem total e toda a sua cultura.
Jesus disse a Nicodemus: (João 3:11) “Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho.”
É importante dar atenção àquele que nos fala do que sabe e do que viu. Ele veio do céu, para nos mostrar o caminho de volta para o Pai.
Jesus fala com a mulher samaritana (João 4:20-24), Jesus diz o seguinte à mulher samaritana depois dela se preocupar com o lugar sagrado de adoração a Deus: “...Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. ...”
A conversa girou à volta da adoração. Jesus tirou da mulher essa ideia de que o lugar onde se adorava é que tinha valor, quando era o modo como adorarmos é que tinha valor. Jesus procurou transmitir a verdadeira realidade da adoração ao Pai. A qualidade da adoração era espiritual e verdadeira. Num contacto profundo e intimo com a ajuda do Espírito Santo diante do Pai, não mais tinha importância saber se era em Samaria ou em Jerusalém, agora o nível subiu, a qualidade é superior e nós temos essa porta aberta por Jesus.
Jesus pretendeu dizer à mulher que os samaritanos pouco ou nada sabiam da adoração a Deus, não havia luz suficiente, mesmo os judeus sabiam muito a respeito das escrituras mas pouco discerniam a respeito de Deus quanto aos tempos e à manifestação do seu poder na pessoa de Jesus Cristo. Sabiam que a salvação vinha ao mundo por meio dos judeus conforme diziam os Profetas, sabiam que Jesus Cristo nasceria de mulher, seria da raiz de Jessé, da linhagem de David e que um dia havia de vir como o Messias de Israel para implantar o seu reino, mas pouco ou nada sabiam discernir quanto aos seus sofrimentos, quanto aos tempos ordenados por Deus, quanto à manifestação da glória de Deus na figura humana de Jesus e muitos outros ensinos que Ele nos trouxe. Devemos honrar, respeitar e dar Graças a Deus por ter escolhido Israel para nascer o seu Filho e ser a voz da proclamação do Evangelho ao mundo, mas não temos como gentios que acarretar o fanatismo, o orgulho e o abuso que muitos judaico-cristãos trazem às Nações, com seus falsos ensinos e suas manipulações, como se fomos obrigados a aceitar tudo e mais alguma coisa.
Na verdade Jesus Cristo, a Palavra Eterna, se tornou em Filho do homem, participando da carne e do sangue, para ser o nosso Salvador e nosso fiel Sumo Sacerdote nas coisas concernentes a Deus. Os judeus sentem-se muito privilegiados por terem sido receptores da Glória de Deus, de um culto digno e suas promessas. Nós os gentios que conhecemos a seguir a verdade, não nos devemos orgulhar da nossa conversão a Cristo como pretexto para andarmos em pecado.
Descobrimos pelo Testemunho Divino que o Salvador veio dos judeus, e como figura humana nunca pecou nem tinha pecado em si mesmo. Foi constituído nosso salvador e substituto.
Voltando ao encontro com a samaritana, Jesus sobe de nível à medida que vão conversando, e diz-lhe que a hora era chegada e que agora os verdadeiros adoradores adorariam o Pai em espírito e em verdade.
Jesus estava a abrir a porta para o acesso ao Pai no nível mais elevado de adoração. Por Ele tudo era possível, tudo se cumpriria para o nosso bem supremo. Esta é a hora, vivemos esta hora incomparável.
Os samaritanos não tinham um alcance do conhecimento de Deus. Estavam muito aquém, e Jesus sabia isso muito bem. Embora no passado, os patriarcas e os profetas acreditassem no seu destino celestial, tivessem tido demonstrações do poder de Deus, e como pela fé viram o invisível e tiveram algum conhecimento de Deus, nada poderia se comparar com os tempos que haviam de vir a esta terra pela ordem de Deus, quanto ao derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne e toda a sua demonstração na vida dos homens, Ele traria para nós uma Identidade segundo a vida de Cristo. Os próprios herdeiros das promessas que viveram estes grandes acontecimentos em Israel com a vinda do Messias, tiveram grandes conflitos internos da alma pelo modo como Jesus apresentava o poder do reino.
Jesus quis ensinar à mulher samaritana, não o lugar, mas o modo como agora se adoraria o Pai. Nós que éramos gentios, estranhos às Alianças de Deus com Israel, temos que nos sentir gratos e privilegiados por o nosso Salvador vir de Israel e os fundamentos da doutrina Cristã terem vindo como legado de Jesus aos seus apóstolos. Como eles foram responsáveis por nos apresentarem as boas novas de tudo quanto tinha acontecido em Israel naquele tempo, como testemunhas oculares da vida e obra de nosso Senhor, e como manifestaram o poder do reino com sinais e maravilhas pelo nome de Jesus. Tudo isto teve lugar e expressão no começo da igreja, nos seus primeiros passos, começando em Jerusalém, depois na Judéia, Samaria e até aos confins da terra. Devemos amar e honrar o lugar e o povo que recebeu a herança do céu. Uma coisa é certa e que fique bem clara: Não temos que compactuar e aprovar qualquer ensino, atitude, ritual, comportamento que influencie a nossa liberdade de estarmos debaixo da Graça de Cristo. Não temos que ser subservientes, nem obrigados a pagar algum imposto, nem a termos alguma veneração doentia para com as coisas de Israel, só porque alguns falsos cristãos que se destacam entre os atuais Judaico-Cristãos queiram impor um ensino que nada tem a ver com a verdadeira interpretação das profecias.
Como já percebemos, a nossa redenção vem de cima, do alto, do Pai das luzes, do pai de amor, da Trindade Divina. Deus manifestou-se a Israel, bem como a Abrão que nem sequer era de Canaã, mas de uma terra cheia de deuses estranhos, Ur dos Caldeus, a quem lhe fez promessas dizendo que da sua semente brotaria um povo numeroso como a areia do mar, que viria a ser os chamados Hebreus, e que por ele abençoaria todas as nações.
Abraão se tornou o Pai de todos os Hebreus e de todos os gentios que exercessem fé em Deus e nas suas promessas.
Jesus trouxe-nos uma só realidade, Ele mesmo. E por Ele viemos a conhecer: a nossa origem espiritual, o nosso lugar de nascimento, a nossa cidade eterna de onde nos tornamos cidadãos e que um dia iremos para lá, a nossa maternidade espiritual, o nosso palácio, o nosso trono, o lugar de onde sai toda as bênçãos que nos foram dadas, e a nossa ligação continua com o Pai.
(Gl 4: 6,7) – “E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai (Paizinho querido). Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo”
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