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"E NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO" - COMPREENDA A ORAÇÃO MODELO

10- “E NÃO NOS DEIXES CAIR EM TENTAÇÃO”

Deus levaria alguém à tentação ?
Deus coloca-nos em situações onde podemos ser ou seremos tentados ?
Sabemos realmente o que representa a tentação na vida do cristão ?
Sabemos enfrentá-la quando vem ?
Entendemos perfeitamente quando pedimos ao Pai que nos livre dela ?

A Escritura nos diz que Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto para ali ser tentado pelo Diabo. (Mt 4: 1, 11)
Jesus sabia que a tentação era uma prova nada fácil para os seus seguidores.
Jesus incluiu este pedido de oração para sentir compaixão dos seus seguidores, comovia-se com os sentimentos das nossas fraquezas. Jesus desejou evitar ver-nos expostos à sorte da tentação.

Jesus foi o exemplo da vitória sobre o seu inimigo na tentação, Ele foi decidido nas suas afirmações, nunca hesitando mas falando a verdade em que vivia, Ele não podia pecar nem pecaria.
O primeiro Adão caiu no pecado quando tentado por Satanás, por causa da sua derrota o pecado entrou na raça humana.
O último Adão, que é Cristo não cedeu a Satanás quando tentado, por causa da sua vitória não só na tentação no deserto mas em toda a sua carreira, nós podemos receber de Deus a sua justiça e nos tornarmos seus filhos.

Em nosso interior ainda existe a tendência para sucumbir à tentação, mas Deus deu-nos recursos para vencermos neste mundo.
Jesus sentiu enorme tristeza em ver os seus discípulos serem fracos na tentação, por isso certa vez percebendo isso em Pedro disse-lhe que rogaria ao Pai para que ele não fraquejasse na prova que o Diabo estava a preparar-lhe. (Lc 22: 31)
Ele exortou a seus discípulos a vigiar e a orar para que tivessem fortes na tentação e não cedessem diante dela. (Mt 26: 41)

Quando nos tornamos parte da família de Deus enfrentamos as mais duras provas. Porquê ?
Porque o Diabo e os seus seguidores irão odiar-nos e invejar-nos por fazermos parte do Reino vitorioso de Jesus Cristo e de sermos participantes da vida eterna.
O inimigo passa a disputar o controle das nossas vidas com o Espírito Santo de Deus.

Onde é que se dá essencialmente a luta espiritual em nossas vidas ? Dá-se em nossa vontade e sobretudo no centro das nossas paixões (desejos) pessoais.

Onde é que se originam as tentações ?
Elas se originam em Satanás e em nossa própria concupiscência.

O modo como Satanás se aproxima de nós é através:
Da nossa mente, a nossa razão, o raciocínio próprio e a auto-preservação.
Das nossas emoções, o prazer próprio e o nosso comodismo.
Da nossa vontade, o eu, o nosso ego, a auto-afirmação e a notoriedade.
Geralmente Satanás procura atacar o cristão na área onde ele está mais fraco espiritualmente, onde ainda não estamos totalmente sob o controle do Espírito Santo.

O teste à nossa vida é uma demonstração de quem realmente tem autoridade sobre a nossa vida, se é Satanás ou Deus. (Gl 5: 16-17)

Por vezes quando há uma área da nossa vida que cede à tentação, é porque ainda somos governados pelo nosso ego, pelas nossas antigas paixões, pelos nossos velhos desejos e pela nossa antiga natureza.
Não entendemos a natureza da tentação se pensarmos que Deus é quem permite as tentações continuarem em nossas vidas.
(Tg 1: 13-15)

Por causa das consequências que acompanham a derrota na tentação, Jesus recomendou-nos orar para não sofrermos o risco de sermos vencidos por ela.
Nem sempre estamos dispostos a escolher o seu caminho por isso, é por nossa vontade e escolha que somos muitas vezes tentados.
Deus muitas vezes permite que sejamos provados com a intenção de aumentarmos a nossa confiança n´Ele e aprendermos a depender da sua vida.
Jesus recomendou-nos a oração a fim de não corrermos o risco de sermos vencidos pela tentação.

Deus nunca deixará que sejamos tentados além das nossas forças. (1ª Co 10: 13); (Hb 2: 18)
Vamos perceber uma coisa a respeito da tentação. Ser tentado não é pecar. Ceder ao inimigo e permitir que nos controle, em oposição à vontade e ao propósito do nosso Pai, é pecar.

Passos que o inimigo leva para nos levar a cair na tentação:
Ele nos dará a impressão de que qualquer mal que fizermos não é algo muito sério.
Usará uma pergunta do género: “Que mal fará se você cometer um pequenino lapso e ceder ?

Ele usará qualquer coisa ou pessoa que incitará alguma paixão ou desejo em nossa pessoa.

A não ser que resistamos à tentação, mas um desejo profundo e compulsivo será estimulado em nosso coração. Ele vai procurar fazer com que essa coisa tenha vantagem pessoal ou seja agradável para nós.

Se começarmos a entreter essa ideia e a considerá-la, o apelo aumenta e estaremos prontos a alcançá-la. Se agirmos deste modo estaremos a pecar contra Deus. É bom que não demos espaço para dialogar o assunto para que os desejos carnais percam o seu poder.
A queda na tentação fará com que sejamos escravos do pecado e de Satanás.

Quando passamos a agir segundo aquilo que nos foi apresentado de maneira subtil e habilidosa, ficamos tristes, deprimidos, consternados e desanimados com a nossa derrota.

A tendência é arranjarmos desculpas ou escondermos dos outros e de Deus a nossa queda.
Nessas alturas o sentimento de desespero, pecado e separação nos deixam prostrados e esmagados.
A solução é voltarmo-nos para o amor do Pai, confessar o nosso pecado e reconciliarmo-nos com Ele. Devemos aceitar o facto de que n´Ele está o poder para nos dar a vida e o perdão e que Ele é justo e fiel para nos purificar de toda a injustiça. (1ª Jo 1: 7-9)

Podemos rever estes passos que referi acerca das habilidades que o inimigo usa para nos fazer cair no caso de Adão e Eva. Foi com os nossos primeiros pais que Satanás começou por trazer a tentação.
(Gn 3: 4)- Satanás disse a Eva que não haveria consequências sérias se comesse do fruto proibido.
(Gn 3: 4,5)- Mostrou a possibilidade de se tornarem como deuses, conhecendo o bem e o mal.
(Gn 3: 6)- Levantou o apelo de se tornarem grandes e sábios.
(Gn 3: 6)- Adão e Eva comeram do fruto por um acto de desobediência e pecaram contra Deus.
(Gn 3: 7)- De imediato perceberam que haviam sido iludidos.
(Gn 3: 8)- Depois tentaram esconderem-se de Deus e arranjaram desculpas para o sucedido.

Porque Deus perguntou a Adão: “Onde Estás?”
Deus nos quer fazer perceber que na queda devemos considerar a nossa situação e sabermos onde estamos. Que admitamos a nossa separação d´Ele por causa do pecado e nos voltemos para Ele sem arranjarmos justificações como meio de nos escondermos. Creiamos no poder e no amor do Pai e na restauração da comunhão, porque Ele sabe muito bem a luta que travamos e deseja estar connosco em paz e unidade, pois Ele nos quer muito em seus braços de amor.

A tentação em si mesma não é necessariamente um experiência má. É parte do plano de Deus que através das tentações e das provações seja produzido em nós caracteres fortes e qualidades semelhantes à de Jesus.
Ele sabia que uma vez que fomos feitos seres com liberdade de escolha seríamos confrontados com intermináveis escolhas, para o bem e para o mal.

(Tg 1. 2-4)- A tentação ou as provas é a disciplina a que somos submetidos à medida que amadurecemos.
Traduzindo esta escritura segundo o Dr.J:B: Phillips para uma linguagem mais acessível:
“Quando todo o tipo de provações e tentações se acumulam em suas vidas, meus irmãos, não as consideram como intrusos, mas as recebam como amigas! Compreendam que elas vêm para provar a sua fé e produzir em vocês a qualidade da resistência. Mas deixem que o processo continue até que a resistência seja completamente desenvolvida, e descobrirão que vocês se tornaram homens de carácter amadurecido com o tipo certo de independência.”
ver também (Hb 12: 1-17)

Podemos usar as provações como um desafio e uma oportunidade de demonstrarmos ao mundo que decidimos fazer a vontade do Pai.
É próprio e legitimo que façamos esta oração, que Deus não nos deixe cair em tentação, pois sabemos que a nossa natureza humana é inclinada para o mal, mas alegremo-nos no facto de sabermos que Deus nosso Pai nos deu recursos necessários para alcançarmos a vitória.

“Maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1ªJo 4: 4)

 (continua)
                                      Paz,

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